O ciclo menstrual é um evento mensal. Ele pode durar entre 25 e 35 dias, indo do primeiro dia da menstruação ao dia anterior à próxima. As mudanças ocorridas neste período são decorrentes da preparação do organismo para a gravidez.
Por que sentimos dores no período menstrual?
Durante todo o período menstrual, o organismo produz hormônios essenciais para receber um novo embrião. Caso não haja fecundação, outros hormônios são necessários para reorganizar o corpo feminino e aguardar um novo ciclo. Neste período menstrual há a descamação do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, a menstruação propriamente dita.
A TPM é caracterizada por alterações no humor ou na sensibilidade feminina. É comum que o organismo retenha mais líquido e, por isso, inche, causando dor nos seios e irritabilidade. No entanto, se as dores forem muito fortes, pode ser um sinal de endometriose. Neste caso, é necessário procurar ajuda médica a fim de confirmar o diagnóstico.
O que é a endometriose?
A endometriose é caracterizada por uma inflamação causada por células do endométrio. Uma vez que não são expelidas corretamente, acabam migrando para outros órgãos, como ovários, trompas, intestino ou bexiga. A endometriose vem se tornando cada vez mais comum entre as mulheres. A prevenção e o tratamento correto são capazes de diminuir os sintomas e até solucioná-los, devolvendo a qualidade de vida à mulher.
A causa ainda não está bem estabelecida, porém as evidências indicam que a combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos poderia contribuir para a formação e o desenvolvimento dos focos ectópicos de endometriose. A teoria mais aceita para explicar o desenvolvimento da endometriose é a teoria da implantação, descrita por Sampson, em 1927. De acordo com este autor, ocorreria o refluxo de tecido endometrial através das trompas de falópio durante a menstruação, com subsequente implantação e crescimento no peritônio e ovário.
Um estudo recente, confirmando a teoria de Sampson, verificou que a distribuição dos implantes endometrióticos é assimétrica e relacionada tanto com a anatomia abdo- minopélvica quanto com o fluxo do líquido peritoneal. Um dos aspectos discutidos a respeito dessa teoria é que, embora 70 a 90% das mulheres apresentem menstruação retrógrada, apenas uma minoria irá desenvolver a doença. Isso sugere que outros fatores – genéticos, hormonais ou ambientais – poderiam determinar uma maior suscetibilidade para desenvolver a doença.
Por outro lado, a manutenção e o crescimento dos implantes ectópicos são estimulados pelos estrogênios. As células estromais do tecido endometriótico apresentam a capacidade de sintetizar estrogênios a partir do colesterol, pois expressam as enzimas esteroidogênicas.
Quais são as possíveis causas da endometriose?
Algumas evidências sugerem que a endometriose é caracterizada por resistência à ação de progesterona, cuja ação, antagônica aos estrogênios, leva à atrofia do endométrio. Enquanto o tecido endometrial tópico expressa proteínas transcritas por ambos os receptores de progesterona A e B (PRA e PRB), o tecido endometriótico apresenta apenas proteínas transcritas pelo PRA – a forma truncada do receptor que tem ação repressora sobre o PRB. Alterações na razão PRA/PRB em certos tecidos alvos podem modificar a ação final da progesterona por meio da regulação diferencial da resposta gênica à progesterona.
Quais são os sintomas da endometriose?
Esta doença pode ser assintomática. Em outros casos, eles podem ser discretos e não causar tanta preocupação. De maneira geral, a paciente pode sentir cólicas intensas, cuja intensidade tende a aumentar com o passar do tempo. Também há relatos de dor durante as relações sexuais, ou dispareunia, e dor ou sangramento intestinais ou urinários nos períodos menstruais. Em casos mais graves, a paciente pode ser incapaz de realizar suas atividades de rotina, essenciais para seu dia a dia.
Como é o tratamento da endometriose?
O tratamento da endometriose varia de acordo com cada organismo. De maneira geral, após avaliar os detalhes de cada caso, o médico pode sugerir medicamentos orais ou mesmo o tratamento cirúrgico. As pílulas anticoncepcionais, além de prevenir gravidezes, ajuda na regulação hormonal e menstrual, além de controlar os sintomas da menstruação e ajudar no combate a acne, mas não devem ser tomadas por conta própria. Para saber qual o método mais adequado ao seu caso, converse com seu ginecologista. O profissional especializado irá indicar a melhor maneira para devolver seu bem-estar.
Referências:
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/endometriose/
https://site.medicina.ufmg.br/inicial/o-que-e-normal-durante-o-ciclo-menstrual/
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Ginecologia_Endocrina.pdf