Pólipos são lesões elevadas localizadas na mucosa de órgãos ocos. Tais lesões possuem características distintas conforme a localização no trato digestivo.
Os pólipos de vesícula são achados comuns em ultrassonografias e possuem uma prevalência de 5% da população em geral.
Sempre que é identificado um pólipo, devemos diagnosticar quais são benignos e quais são malignos para traçarmos a conduta terapêutica.
Em locais como intestino grosso e estômago, conseguimos facilmente acessar por via endoscópica e realizar a biopsia para identificarmos qual é sua morfologia histológica. Porém na vesícula biliar esta abordagem endoscópica é inviável e precisamos utilizar critérios para tentar caracterizar quais pólipos possuem maior chance de serem benignos ou malignos.
Os pólipos de vesícula são denominados como benignos (pólipos de colesterol, hiperplásicos, fibromas, lipomas ou hemangiomas), pré-malignos (adenomas) ou malignos (carcinomas).
Diante da impossibilidade de biopsiar tais lesões, criou-se a necessidade de identificar padrões que ajudassem a separar as lesões benignas das suspeitas de neoplasia.
Utiliza-se normalmente o padrão de lesões acima de 1cm como o corte para definição de pólipos suspeitos de neoplasia. Em caso de achados abaixo de 1cm é aceito o acompanhamento com ultrassonografia (USG) seriada de 6/6 meses e após identificação de estabilidade (não crescimento) passa-se para USG anual.
Entretanto, alguns estudos mostram que somente o tamanho não é um critério seguro para exclusão de neoplasia. Revisões bibliográficas mostraram que 52,6% dos pólipos vesiculares menores que 1cm eram lesões pediculadas neoplásicas.
Dessa forma uma das condutas mais aceita para pólipos de vesícula é a colecistectomia videolaparoscópica, por estatisticamente ter um índice baixíssimo de complicações e morbidades.
Colecistectomia videolaparoscopia é o tratamento padrão-ouro para tratamento de pólipos de vesícula não neoplásicos.
Dr Marco Aurélio Lameirão