Endometriose intestinal é sempre cirúrgica?
Essa é uma pergunta frequente nas minhas redes sociais e que deixam muitas pacientes aflitas. Uma das principais preocupações é a temida colostomia (bolsinha). Mas será que isso é verdade!?
Não! Muitos casos de endometriose intestinal não serão cirúrgicas. O fato de existir comprometimento intestinal não significa tratamento cirúrgico.
Vamos avaliar muitos aspectos para decidir sobre o tratamento clinico ou cirúrgico. O contexto da doença, da paciente, tolerabilidade ao tratamento hormonal e principalmente as características do comprometimento intestinal.
Dados como profundidade, circunferência intestinal acometida e extensão longitudinal da lesão são detalhes importantes para a decisão.
Caso a doença seja cirúrgica, preciso me preocupar com a “bolsinha”?
Essa é outra informação propagada de forma muito errada aos pacientes. A cirurgia de ressecção intestinal é resolvida com a anastomose primária, ou seja, conexão direta entre as partes do intestinos restantes. Não usamos a colostomia.
A colostomia, praticamente, fica restrita ao caso de uma complicação da falha de cicatrização desta conexão, provocando vazamentos do intestino. Somente nesses casos o tratamento passaria a ser uma colostomia temporária (entre 2 a 3 meses).
Esta complicação ocorre em cerca de 1,2 a 1,7% dos casos de ressecção intestinal.
Tenha sempre um especialista para a adequada avaliação do seu caso.